quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Campus Party Brasil 2011

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O responsável pelo estudo que busca principalmente uma redução de impostos nos games sem geral se apresentou na Campus Party no final desta terça-feira. Ele falou sobre o descaso das autoridades com o assunto, a cultura da pirataria, leis anti-games e do dia do Jogo Justo.

Durante sua palestra, Alves Jr fez questão de enfatizar o fato de que jogos eletrônicos são cultura e não um bem supérfluo.

Para quem não conhece, o Jogo Justo é um projeto que tem recebido bastante apoio de grandes produtoras, lojas do ramo e gamers em geral por propor uma redução coerente nos impostos cobrados neste tipo de produto.

Além disso, tenta incentivar a produção nacional de software para entretenimento eletrônico, o que ajudaria na popularização deste item.

Em entrevista à Geek, o administrador disse que um dos principais problemas enfrentados durante a concepção da causa é bater de frente com o descaso dos políticos em relação ao tema.

Existem, inclusive, propostas de leis anti-games, como a do deputado Alfredo Kaefer, que tenta proibir a “produção, importação, comercialização, locação e usos de cartuchos, CDs, DVDs e similares com jogos ou outros aplicativos para vídeo-games com algum tipo de violência e de outras apologias a crimes contra humanos e animais” (sic). Isso abriria um precedente para classificar dessa forma muitos dos jogos que são mundialmente famosos hoje em dia, e que não estariam mais acessíveis ao público brasileiro. A proposta já conseguiu, inclusive, o apoio de uma senadora.

Dentro desse contexto fica evidente a emergência em fazer o Jogo Justo funcionar.

Contudo, o documento do projeto ainda não foi apresentado às autoridades competentes. O autor alega que precisa ter certeza que vai dar certo, com argumentos e contra argumentos muito bem embasados. “Precisa ser um head-shot”, disse em tom descontraído ao público de muitos nerds. E a mudança de governo atrasou ainda mais os planos, que precisarão ser refeitos.

Para explicar os benefícios do seu estudo, em uma de suas analogias Alves Jr disse que, se hoje um determinado título vende mil cópias a R$ 250, quantas unidades não seriam vendidas a R$ 79,90, por exemplo? O lucro tende a aumentar e essa popularização é benéfica para as produtoras, para as lojas e para o consumidor final.

Questionado sobre o Dia do Jogo Justo, ele confirmou que será um evento nacional e cada cidade participante terá diversas atrações, e não só para jogadores de videogame. Serão vários locais oferecendo oficinas de desenvolvimento de jogos, campeonatos de futebol digital, mas também algumas palestras explicando como é a tarifação dos games atualmente e o que precisa ser mudado.

Sabe-se que uma mudança efetiva só virá quando os políticos realmente entenderem que os videogames já fazem parte do lazer do jovem brasileiro. Jovem esse de várias idades.

“O que vocês podem fazer é ajudar na divulgação. O boca a boca é importante. Quem sabe um sobrinho da Dilma fica sabendo e avisa nossa presidenta?” – brincou o palestrante.

Para conhecer mais detalhes do projeto, visite o site oficial em www.jogojusto.com.br.

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